Presidente do Inter descarta treinar fora do RS: "Não vamos colocar o futebol na frente da vida"
Alessandro Barcellos falou sobre a situação enfrentada no Estado
Publicado em 09 de maio de 2024
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O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, considera o adiamento de jogos dos clubes gaúchos até o dia 27 de maio feito pela CBF uma medida emergencial, mas insuficiente para o tamanho da tragédia ocasionada pela enchente no Rio Grande do Sul. O dirigente também descartou qualquer possibilidade de o clube treinar ou mandar jogos em outro estado.

— Nós não vamos abandonar nosso povo nesse momento. Não vamos sair e deixar as pessoas aqui sofrendo. Isso é fundamental nesse momento. Fica o pedido de compreensão por uma solução que pense nas milhões de pessoas atingidas por essa tragédia — declarou Barcellos em entrevista na tarde desta quarta-feira (8).

A resposta de Barcellos diz respeito ao oferecimento por parte de Palmeiras, São Paulo e Flamengo de seus CT e estádios para os clubes gaúchos treinarem e mandarem jogos do Brasileirão.

Favorável à paralisação do Brasileirão, Barcellos questionou a demora da CBF para adiar o jogo contra o Juventude, pela Copa do Brasil, que estava marcado para sexta (10), e disse que os clubes gaúchos não podem neste momento planejar o retorno às competições.

— Falei para o presidente Ednaldo (Rodrigues) de a gente ter uma condição de sequer está preocupado com isso porque não temos condição. Tínhamos um jogo marcado para sexta-feira que só foi desmarcado ontem (terça). Já era para ter sido desmarcado há muito tempo. Uma medida emergencial que julgo insuficiente para o tamanho da tragédia que estamos vivendo. Sei que é difícil para quem não está aqui ter essa dimensão, mas não foi uma região específica, o Estado inteiro foi atingido. Em Porto Alegre, 85% das pessoas estão sem água, quase todas as regiões da cidade foram atingidas — disse, para depois completar:

— É um exercício mínimo de empatia que a gente espera que seja feito. É o sentimento de quem está dentro da água ajudando as pessoas, e não estou falando de mim, mas de uma população que tem trabalhado 24 horas de forma solidária. Dos familiares e parentes, quem trabalha no futebol, dos funcionários mais humildes aos mais altos. A gente precisa cuidar as palavras para não usar exemplos que possam machucar um ao outro. Estamos muito abalados e não vamos colocar o futebol na frente da vida.

 

 

Fonte: Bruna Casali / Com informações GZH
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