TSE fecha acordo com Anatel para derrubada imediata de sites com fake news
Alexandre de Moraes destacou que a Corte dará atenção especial ao uso de inteligência artificial por parte de "milícias digitais", que, segundo ele, disseminam informações falsas para interferir no pleito
Publicado em 06 de dezembro de 2023
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, assinou naterça-feira (5) um acordo de cooperação técnica com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para acelerar o processo de remoção de sites identificados como propagadores de fake news.

Antes, o processo dependia de que um oficial de Justiça comunicasse a decisão judicial de bloqueio da página. Com o novo acordo, o TSE passará a comunicar a decisão diretamente à Anatel de forma virtual, e a agência deve prosseguir imediatamente com a derrubada do site que seja julgado prejudicial ao processo eleitoral.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que o objetivo da cooperação é cumprir "as decisões da Justiça Eleitoral da forma mais rápida possível, protegendo, assim, o eleitor e as eleições".

Durante a assinatura do acordo, Moraes ainda destacou que o TSE dará atenção especial ao uso de inteligência artificial (IA) por parte de "milícia digitais", que, segundo ele, disseminam informações falsas para interferir nas eleições.

O uso de IA como recurso eleitoral de grande escala foi visto pela primeira vez na disputa presidencial da Argentina neste ano. Milhares de imagens foram geradas artificialmente para favorecer e atacar candidaturas do presidente eleito Javier Milei e de Sergio Massa.

Alguns pré-candidatos já admitem que utilizarão inteligência artificial nas eleições municipais do ano que vem. Diante desse cenário, o TSE fala em desafio macro para a Justiça.

— O que não pode no mundo real, não pode no mundo virtual. Não basta a prevenção. Não basta a regulamentação prévia. Há a necessidade de sanções severas. Para que aqueles que se utilizam da inteligência artificial para desvirtuar a vontade do eleitor e atingir o poder, ganhar as eleições, saibam que, se utilizarem disso e for comprovado, o registro será cassado, o mandato será cassado e ficarão inelegíveis. Porque senão o crime vai compensar — disse Moraes.

 

 

Fonte: Bruna Casali / Com informações GZH
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