Brasil bate recorde de amputações de pés e pernas em decorrência do diabetes
Publicado em 21 de setembro de 2023
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Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) nesta quarta-feira, dia 20, mostraram que mais de 282 mil cirurgias de amputação de pernas e pés em decorrência da diabetes foram feitas no Brasil, de 2012 a maio de 2023, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme mostram os números, há estados onde o volume de amputações aumentou mais do que 200% entre 2012 e 2013. Só em 2022, no país, os registros alcançaram a marca de 31.190 procedimentos realizados, o que significa que – a cada dia – pelo menos 85 brasileiros tiveram seus pés ou pernas amputadas na rede pública de saúde.

O levantamento revela que os dados acumulados em 2023 projetam esse ano como o pior da série histórica iniciada em 2012. Elaborado a partir de informações disponíveis na base de dados do Ministério da Saúde, o estudo também acende o alerta para os cuidados voltados às doenças vasculares, como a síndrome do pé diabético. 

De acordo com os especialistas da SBACV, mais da metade dos casos de amputações envolvem pessoas com diabetes. No entanto, essas cirurgias em membros inferiores podem também estar relacionadas a muitos outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, idade avançada, insuficiência renal crônica, estados de hipercoagubilidade e histórico familiar.

Pacientes com diabetes e úlceras nos pés apresentam taxa de mortalidade duas vezes maior em comparação com pacientes diabéticos sem úlceras nos pés. Os submetidos à amputação maior de um membro inferior apresentam baixas taxas de sobrevida. 

Aproximadamente 10% dos pacientes que amputam o membro inferior morrem no período perioperatório; 30% no primeiro ano após amputação; 50% no terceiro ano; e 70%, no quinto. Esse percentual pode ser maior em países em desenvolvimento, já que a procura por assistência médica costuma ocorrer quando a infecção da úlcera está avançada.
O levantamento aponta que pelo menos 12.753 cirurgias foram realizadas entre janeiro e maio deste ano, número superior aos 12.350 registros para o mesmo período de 2022.

O diabetes impacta a circulação sanguínea e gera o estreitamento das artérias, causando redução dos índices de a oxigenação e nutrição dos tecidos. Além disso, deformações nos pés e alterações de sensibilidade aumentam a chance do surgimento de pequenos ferimentos e potencializam sua evolução para casos mais graves.

Confira algumas medidas simples que podem ajudar na prevenção do pé diabético:

• Não faça compressas frias, mornas, quentes ou geladas nem escalda pés. Por causa da falta de sensibilidade acarretada pela neuropatia, você pode não perceber lesões nos pés;
• Use meias sem costuras ou com as costuras para fora. Assim você evita o atrito da parte áspera do tecido com a pele;
• Não remova cutículas das unhas dos pés. Qualquer machucado, por menor que seja, pode ser uma porta de entrada para infecções;
• Não use sandálias com tiras entre os dedos;
• Corte as unhas retas e acerte os cantos com lixa de unha, mas com muito cuidado;
• Hidrate os pés, pele ressecada favorece o surgimento de rachaduras e ferimentos;
• Nunca ande descalço. Você pode não sentir que o chão está quente ou que feriu o pé;
• Olhe sempre para os pés e trate logo qualquer arranhão, rachadura ou ferimento. Se não conseguir fazer isso sozinho, peça ajuda a um familiar ou amigo;
• Não use sapatos apertados ou de bico fino;
• Trate calosidades com profissionais de saúde;
• Olhe sempre o interior dos calcados antes de usá-los;
• Enxugue bem entre os dedos após o banho, a piscina ou praia.

Fonte: Vanessa Onci / Com informações da Agencia Brasil
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