Distância entre classes nas escolas do RS diminui e vai permitir mais estudantes em sala de aula
A partir do novo decreto do governo do Estado, distanciamento entre classes cai de 1,5 metro para 1 metro nas escolas do RS
Publicado em 10 de agosto de 2021
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Um novo decreto publicado na segunda-feira, 9, reduz o distanciamento social nas escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul. Se antes as salas de aula deveriam garantir afastamento de 1,5 metro entre as classes, a distância agora cai para um metro.

A flexibilização passa a valer a partir da publicação do decreto e também se estende para os cursos livres, como escolas de idiomas. 

De acordo com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), a medida foi tomada para permitir que mais estudantes retornem às aulas presenciais e, com isso, recuperem as perdas de quando as escolas estavam fechadas e atuavam apenas com ensino remoto.

Outras medidas de prevenção seguem obrigatórias, como o uso de máscaras por alunos, professores e funcionários, além da ventilação cruzada nas salas de aulas — janelas e portas abertas para garantir a circulação do ar. O modelo híbrido, em que há revezamento periódico entre turmas para evitar excesso de pessoas em um mesmo espaço, também se mantém. 

A flexibilização nas escolas do Rio Grande do Sul é permitida logo após o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 do Estado emitir uma nota técnica recomendando cuidados redobrados em relação à variante Delta do coronavírus. O grupo, composto por diversos cientistas e pesquisadores, também reforça a importância de manter cuidados nas salas de aula, ambientes em que a cobertura vacinal é baixa, já que as crianças ainda não foram incluídas na campanha de imunização contra a covid-19.

Integrante do comitê, a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Suzi Camey garante que a nota foi emitida sem que se soubesse que o Estado faria essa redução da distância entre classes. Para ela, qualquer medida que aumenta o número de pessoas em um mesmo espaço representa um risco durante a pandemia.

No entanto, segundo a pesquisadora, estudos publicados até agora sobre a Delta não confirmam maior grau de letalidade dessa nova cepa, apenas maior poder de transmissão. E com o retorno gradual às aulas presenciais, as crianças podem se tornar o público mais exposto ao vírus — principalmente porque ainda não foram vacinadas. 

— Até o momento, a diferença entre as cepas é o grau de transmissibilidade. O vírus, como todo ser biológico, não quer desaparecer, ele luta pela sua sobrevivência. Nenhuma cepa se mostra mais perigosa no sentido de mais hospitalizações ou óbitos, nem para faixas etárias mais jovens. Mas, como as crianças são um grupo menos protegido, já que o resto da população vem se vacinando, hoje elas estão em maior risco do que antes — observa.

Fonte: *Com informações da GZH
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