Fundatec diz que não há previsão de anular questões de concurso da BM
Empresa emitiu nota alegando que questões para prova foram formuladas conforme conteúdo previsto em edital
Publicado em 19 de dezembro de 2017
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A Fundação universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), empresa que elaborou as provas do concurso da Brigada Militar aplicado nesse domingo, informou que não há previsão, até o momento, de que sejam anuladas questões polêmicas da prova.

Por meio da assessoria de imprensa, a empresa participou de uma reunião com o comando da Brigada Militar para tratar do assunto e, após o encontro, emitiu uma nota informando que as questões foram formuladas conforme o conteúdo programático previsto no Edital de Abertura. Em relação à prova de Conhecimentos Gerais, a Fundatec sustentou que as questões foram definidas a partir de tópicos atuais de diversas áreas.

Além disso, a empresa considerou que “as questões abordaram assuntos de amplo conhecimento, que circulam na imprensa de forma incessante, e que são temas da atualidade, com extrema relevância social, importantes à história do País e do Rio Grande do Sul, local onde o candidato aprovado exercerá a função. O que se espera de um aspirante a um cargo público para o estado do Rio Grande do Sul é que conheça esses temas.”

A assessoria da Brigada Militar informou que os contatos devem ser feitos com a Fundatec, e que, pela corporação, o assunto é considerado encerrado. O concurso da Brigada Militar, que prevê preencher 4,55 mil vagas de soldado, teve mais de 42 mil inscritos e abstenção de 11,8%.

Questões com cunho político-ideológico

Na manhã de hoje, a Brigada Militar cogitou pedir a anulação de ao menos três questões do concurso público para vagas de soldado de Polícia Ostensiva. As perguntas, de acordo com o comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal’Lago, tiveram cunho político-ideológico, violando, em tese, o princípio da impessoalidade.

“Cita pessoas e autoridades públicas que estão no cargo ou estavam em cargo público muito recentemente. Além de questões do governo federal, com um viés, no nosso entendimento, ideológico e político, sim, que não é o nosso objetivo porque um concurso público tem o objetivo principal de instrução e nivelamento dos que desejam entrar na corporação. Por isso, ela é eliminatória”, explicou.

Uma das questões pedia que os candidatos respondam quem era o secretário de Segurança Pública que, em 2017, anunciou a “abertura de 6,1 mil novas vagas para reforçar a segurança” do Governo do Estado. O texto ainda citou que a medida foi tomada para “reduzir o déficit de pessoal nos órgãos pertencentes à segurança pública”. A resposta certa é a alternativa “E”, onde aparece o nome de Cezar Schirmer. As demais opções são Airton Michels, Wantuir Jacini, José Paulo Cairoli e José Ivo Sartori.

As outras duas perguntas do concurso contestadas, segundo Dal’Lago, são uma que enaltece as reformas realizadas pelo atual presidente, Michel Temer (PMDB), e outra que trata um latrocínio como marco na segurança pública do Rio Grande do Sul.

O presidente da Fundatec, Carlos Henrique Castro, entendeu que as questões possuem resposta e estão amparadas no conteúdo definido pelo edital. “Pode não ser a melhor questão, mas está dentro do conteúdo programático”, disse. Castro defendeu ainda que a banca é composta por profissionais de nível superior, mas não soube dizer por quantas pessoas passou a produção e a análise da prova.

Nota da Fundatec na íntegra

"A Fundatec – Fundação universidade Empresa de Tecnologia e Ciências, com quase 45 anos de existência, sempre atua com imparcialidade, respeitando os princípios de isonomia, ética, impessoalidade, Legalidade, Moralidade e Publicidade. Possui a ISO 9001, que certifica todos os procedimentos adotados, executora de diversos concursos públicos do país, com aplicação de provas em mais de 500 concursos e processos seletivos, nas esferas públicas e privadas, sendo apartidária e impessoal.

Informamos que todas as questões elaboradas para a prova do Concurso da Brigada Militar foram formuladas conforme conteúdo programático previsto no Edital de Abertura e sem nenhuma participação do Governo do Estado e, especificamente da Brigada Militar, respeitando todos os princípios de segurança e sigilo, sendo a Fundação responsável pela formulação das provas, tendo como Bancas contratadas especialistas em suas áreas correspondentes, que seguem o padrão de excelência e passam por avaliações criteriosas.

Em relação à Prova de Conhecimentos Gerais, os conteúdos estão definidos sobre tópicos atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, desenvolvimento sustentável e ecologia e atualidades nacionais, estaduais ou locais, tendo como referências jornais, revistas, rádio e televisão. As questões abordaram assuntos de amplo conhecimento, que circulam na imprensa de forma incessante, e que são temas da atualidade, com extrema relevância social, importantes à história do País e do Estado do Rio Grande do Sul, local onde o candidato aprovado exercerá a função. O que se espera de um aspirante a um cargo público para o estado do Rio Grande do Sul é que conheça esses temas.

Em nenhum momento houve a intenção da Fundatec e da banca em polemizar sobre os temas, apenas abordar sobre o contexto social atual, programa este previsto em Edital, sendo involuntário e não perceptivo até sua repercussão, sobre a forma textual construída.

O concurso foi executado para mais de 42 mil candidatos, em 21 locais de prova e ocorreu com tranquilidade. A abstenção foi de 11,80% e o certame seguirá dentro da normalidade, conforme procedimentos estabelecidos no cronograma divulgado no Edital de Abertura."
Fonte: Bruna Casali/JornalismoBarrilFM com informações CorreioDoPovo
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